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"Não sei nada!", respondi-lhe.
"S. Jorge era um militar romano que pertencia à guarda pessoal do Imperador.", entrámos no castelo enquanto Bernard falava, "Quando o Imperador decretou a perseguição de todos os cristãos, Jorge enfrentou-o, declarando-se cristão. Acabou por ser executado, depois de ser torturado até ao impensável."
Surgiu-me na mente uma imagem que eu tinha visto num dos livros de banda desenhada do Regedor.
"Então e o dragão?", perguntei.
"Afinal, sempre sabias qualquer coisa! Essa é a lenda que o S. Jorge levou emprestada de Perseus. Perseus derrotou Ceto, um monstro marinho enviado por Poseidon, salvando assim Andromeda. S. Jorge derrotou um dragão que se alimentava dos cidadãos de uma cidade na actual Líbia, salvando assim a princesa que se preparava para ser sacrificada. A eterna luta do Bem contra o Mal."
Tínhamos parado junto de uns canhões que se perfilavam em direcção ao rio. A vista era impressionante. O rio parecia um Mar. Imaginei o monstro marinho a surgir da água e a destruir Lisboa.