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"Segue-me Pedro Monte"
Esfreguei os olhos, levantei-me e vi um homem de túnica negra a afastar-se do meu banco-cama. Corri atrás dele.
"Quem és tu?", perguntei.
"Eu sou aquele que tu segues sem questionar."
Irritou-me aquela atitude, mas também não tinha outra alternativa. Decidi ignorar a parte do não questionar.
"Eu vim ter com o Bernard, tal como combinado. Trabalhas para ele?"
Ele ignorou-me, mas reparei numa leve mudança de expressão. Acho que também ele ficou irritado. Eu sabia que ele só podia trabalhar com o Bernard, usava a mesma túnica negra com aquele símbolo prateado, ao estilo oriental.
"Para onde é que vamos?", perguntei decidido a mostrar que não o seguiria sem questionar.
A sua expressão de tranquilidade tinha regressado e continuou a andar ignorando as minhas constantes questões. Eu tinha espreitado através aquele véu apenas por um instante, que não consegui repetir.

2 comentários:

Andorinha disse...

Isto dum livro aos bochechos...vai render! Todos os dias vou cá vir p'ra ver o desenrolar...gostei. Muito.

Carla Barros disse...

"Eu tinha espreitado através aquele véu apenas por um instante, que não consegui repetir."

explica-me a frase