Uma partilha sincera

Há alguns sentimentos que de vez em quando regressam para me assombrar. Sem me dar conta quando certos momentos se aproximam, nasce uma sensação primitiva, visceral, que me obriga a reviver o passado. Revivo-o sempre com ansiedade, o que é estranho sendo ansiedade o medo do desconhecido. Este meu sentimento está intimamente ligado com uma sensação de estar em falta para com algumas pessoas, ou grupos de pessoas.

Eu sou muito desprendido de tudo, pessoas, grupos, coisas, caminhos, vidas. Enquanto estou a viver um momento acarinho-o e esforço-me para estar muito presente e ser uma mais valia, mas aprendi a ter prioridades na vida e a fazer opções. Eu quero percorrer o meu caminho e tento que as opções, vontades e escolha dos outros não interfiram nas minhas. Claro que isto era tudo muito bonito até ter sido Pai. Esse sei que será um caminho do qual não me desviarei até ao fim da vida. Muitas das opções que vou fazendo afastam-me, muitas vezes, daqueles que durante algum tempo eram os meus melhores amigos. Sei que às vezes é dificil de o compreenderem, especialmente se nunca tomaram essas opções e tiveram sempre os mesmos grandes amigos. Eu fico-me sempre a sentir em falta.

Felizmente, a idade traz maturidade e consciência. Descobri que o meu sentimento é uma projecção minha e que maior parte das vezes do outro lado as pessoas nem sequer pensam nisso, na verdade, apenas têm pena que a vida tenha tomado esse rumo.

Gosto muito do fundo do coração de todos os amigos com quem tive o privilégio de partilhar a minha vida. O que sou hoje deriva de todos os momentos que vivemos juntos.

Obrigado e até já.

2 comentários:

Brazinha disse...

Como estas palavras me fazem tanto sentido também :)
Mas deixa... felizmente ainda vou tendo a oportunidade de estar convosco de quando em vez e te relembrar deste mesmo assunto.
Um grande abraço
Brazinha

Pandas disse...

Espero isso mesmo que me o relembre e que me partilhes o que já descobriste sobre o mesmo.

Obrigado
Catra